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Desenvolvimento Motor No Esporte
Desenvolvimento Motor No Esporte


 

Habilidade Motora:desenvolvimento motor no esporte.

Resumo

          O objetivo deste trabalho é analisar o processo ensino-aprendizagem e como se processa o desenvolvimento das habilidades motoras nas diferentes modalidades esportivas. Fazem parte deste estudo, as modalidades individuais Tênis e Natação e as modalidades coletivas do Basquetebol, Futsal e Voleibol. Considera-se a necessidade de que antes de introduzir ao ensino técnico dos fundamentos, é necessário trabalhar a técnica geral de condução do esporte, com a finalidade de preparar seus praticantes para um desenvolvimento produtivo de suas habilidades evidenciando o melhor domínio da técnica propriamente dita.

          Unitermos: Desenvolvimento-motor. Habilidades especializadas. Esportes.

 

 

Introdução

 

    Quando tratamos de habilidades de movimento especializado, falamos da associação dos movimentos maduros e refinados e de movimentos complexos e específicos adaptados para as exigências específicas de uma atividade recreativa, do dia-a-dia e principalmente de uma prática desportiva. Mas muito mais do que isso, do que a combinação demovimentos, a prática desportiva desenvolve uma série de habilidades motoras e psicossociais que ajudam os seus praticantes não só no contexto do jogo, mas fora dele, com atitudes de determinação, vontade, paciência, disciplina, coragem, flexibilidade e respeito entre outras. Os praticantes acabam por desenvolver uma resposta motora eficaz e soluções rápidas a situações cotidianas (SILVA, 2003; GALLAHUE, 2005).

 

    Para Gallahue (2005), a fase de desenvolvimento das habilidades motoras especializadas apresenta três estágios: (1) Estágio de transição (estágio de aprender a treinar) Este estágio é caracterizado pelas primeiras tentativas do indivíduo de refinar e associar habilidades de movimento maduro. Nesse estágio de transição ou de aprender a treinar, futuros atletas aprendem como treinar para obter melhor habilidade e performance. Para a maioria das crianças de 8 a 12 anos, este é um período crítico, durante o qual as habilidades de movimento fundamental maduro são refinadas e aplicadas aos esportes e jogos da cultura. (2) Estágio de aplicação (estágio de treinar a treinar) Durante o estágio de aplicação, o indivíduo torna-se mais consciente de seus dotes e limitações físicas pessoais e, assim, dirige seu foco para determinados tipos de esportes, tanto em ambientes competitivos quanto recreacionais. A ênfase está em aprimorar a proficiência, e; (3) Estágio de aplicação ao longo da vida (estágio de treinar para competir/participar) No estágio de aplicação ao longo da vida – treinar para competir/participar - os indivíduos geralmente reduzem o alcance de suas buscas atléticas pela escolha de algumas atividades para se engajar regularmente em situações competitivas, recreativas ou do dia-a-dia.

 

    Baseado nesta classificação podemos afirmar que, aprendizagem desportiva, seja em qualquer modalidade esportiva, deve ser trabalhada em etapas e cada etapa, deve estimular no aluno, o prazer, o interesse e tornar-se significante na trajetória esportiva do mesmo (BUDINGER, 1982). Para haver um bom desenvolvimento da aceitação e melhor aprendizagem das atividades físicas, deve existir um programa relacionado com os interesses dos indivíduos que participam dessas atividades (MACHADO, 1997). Ambientes de ensino que enfatizam os interesses dos alunos e promovem uma aprendizagem significativa e contextualizada, fortalecem a motivação dos mesmos para aprender, criando oportunidades para os mesmos tornarem-se aptos à prática; terem o controle sobre seu corpo e movimentos; desenvolverem a autoconfiança e a segurança para transitar nas mais diversas atividades físicas e esportivas (VALENTINI; TOIGO, 2006; PÍFFERO, 2007). Nesta mesma linha, na necessidade de contribuir com estratégias efetivas para uma abordagem pedagógica, Berleze (2008), considera a importância de utilizarmos estratégias de intervenções educacionais necessárias para a consolidação de mudanças nas habilidades das crianças, reforçando a motivação das mesmas; proporcionando desafios adequados para todas; guiando as crianças a persistirem na prática das atividades propostas; o que conseqüentemente conduz a novas aprendizagens; a conquistas de novas habilidades e a perceberem-se mais competentes. Em sua pesquisa sobre percepções de competência, Stein, Fisher, Berkey & Colditz (2007) identificaram que a prática sistemática de atividade física, bem como seu aumento causam impacto positivo e importante na auto-percepção, percepção atlética e social de meninos e meninas inseridos no esporte Outro estudo interventivo, com ênfase no ensino da dança, utilizando-se de estratégias motivacionais como as citadas anteriormente promoveu aprendizagem e ganhos significativos nas crianças a ele inserido, acarretando mudanças positivas no desempenho motor, concretizando sua participação efetiva na prática da modalidade (SOUZA; BERLEZE; VALENTINI, 2008).

 

    Assim, entende-se que a criança tem o direito de desenvolver suas aptidões através de um processo de treino que seja orientado a partir das suas motivações e percepções, colaborando para que posteriormente desenvolva hábitos saudáveis para toda a vida (BERLEZE, 2008; JUCHEM, 2006).

 

    Nesta perspectiva, este estudo busca verificar como se processa o desenvolvimento das habilidades motoras nas diferentes modalidades (tênis; natação; futsal; basquetebol e; voleibol) bem como o processo metodológico na elaboração do treino destes esportes.

 

Desenvolvimento motor nos esportes

 

Tênis

    O desenvolvimento do Tênis, nada mais é do que o aprendizado dos golpes ou fundamentos, a aquisição dos movimentos básicos a fim de propiciar ao atleta ou aprendiz, um menor gasto de energia na execução destas habilidades em uma partida da modalidade. Porém, o ensino do Tênis para crianças, deve ser dado com uma linguagem simples, assim como as correções. Os primeiro anos do Tênis devem ser formativos, de aprendizado, a criança passa por muitas “aventuras” nesta fase inicial e os objetivos a serem alcançados são muitos e interessantes.

    Nesta fase, o aluno ainda não é capaz de imaginar uma jogada e suas conseqüências, mas precisa ter objetivos definidos em suas tarefas para avaliar sua performance e efetuar seus golpes (SILVA, 2003). O objetivo desse período seria, portanto, aprender como aplicar, de forma adaptada, as habilidades em uma diversidade de situações. Nessa perspectiva, esse é um período em que a experiência motora individual é um fator de extrema relevância sobre mudanças que ocorrem. Além disso, a cultura, a família e as condições sociais também influenciam as habilidades especializadas praticadas pela criança (VALENTINI; TOIGO, 2006).

    As habilidades a serem ensinadas no Tênis são: (1) os golpes de fundo (direita e esquerda), estimular o controle da direção, profundidade e troca de empunhaduras entre eles; (2) voleios (direita e esquerda), trabalhar o controle de direção e profundidade, também com a troca de empunhaduras além de estimular o voleio de bolas altas e baixas; (3) smash, controle de direção e empunhadura; (4) saque, empuhadura, capaz de sacar de aproximadamente ¾ da quadra; (5) deslocamentos gerais. Cada habilidade deve ser ensinada em uma situação de aprendizagem diferenciada, buscando sempre estimular no aluno o prazer do jogo (BUDINGER et al, 1982).

    O sucesso na aprendizagem depende de uma série conjunta de fatores como, por exemplo, a qualidade da prática, o feedback adequado, as avaliações consistentes e os exercícios condizentes com os níveis de desempenho dos alunos (PÍFFERO, 2007).

Natação

    A Natação é uma atividade habitualmente estruturada em um desporto que objetiva principalmente, registros de tempos cada vez mais inferiores através de um treinamento metódico individualizado e específico com o domínio das técnicas, conhecimento de ritmo além de boa preparação física (SANTOS, 1996). Porém, no ensino da Natação, não é mais admissível reduzir seu objetivo a um conceito puramente mecanicista que busque exclusivamente, desempenhos imediatos.

    Para Damasceno (1992) a metodologia da natação, hoje, deve proporcionar a relação entre o prazer, o desenvolvimento e a técnica, oferecendo meios para que seus praticantes possam trabalhar questões motoras, sociais e cognitivas, principalmente, se o trabalho for realizado com crianças. A criança tem uma maneira bem particular de encarar o esporte, suas estruturas motoras, físicas e mentais ainda não estão preparadas para aceitar as atividades demasiadamente sistemáticas, regras rigorosas ou imposições duras de treinadores. Nesta fase, as atividades devem estar voltadas principalmente para a utilização do próprio corpo, suas capacidades e possibilidades, com regras simples, sem caráter competitivo, visando o seu desenvolvimento (CHAVES, 1985). Se ensinarmos exercícios que são precoces, poderemos gerar no aluno, a frustração e conseqüentemente, sua desistência no desenvolvimento de atividades físicas.

    O desenvolvimento harmonioso da criança depende também da quantidade e da qualidade dos estímulos proporcionados pelo meio ao qual está inserido. Para um desenvolvimento completo, a criança deve estar envolvida constantemente em atividades que propiciem o maior número de movimentos possíveis, em ambientes diversos (GALLAHUE; OZMUN, 2003). O meio líquido, tem a possibilidade de oferecer diversas formas de movimento, colaborando para que a criança possa estar em contato com uma diversidade de habilidades. Nas experiências aquáticas surgirão, por exemplo, relações sociais, através de jogos e brincadeiras, estímulos visuais, sonoros, táteis e sinestésicos, através das cores, do ambiente, dos materiais utilizados, das vozes e do suporte do professor. Combinando movimentos fundamentais com estímulos na água, há um maior e melhor desenvolvimento motor das crianças (BLAKSBY, 1995).

    Estudos sobre o ensino da Natação e o desenvolvimento humano, apontam grandes relações entre a técnica dos nados e a evolução de capacidades coordenativas, gestos e formação de esquemas corporais, maturação emocional e social e, com o desenvolvimento de toda personalidade, principalmente a infantil (JUNIOR; DUNDER, 2002; KLEMEN, 1982).

    A Natação age como um pré-estimulo motor, pois, colabora para o desenvolvimento de aspectos como: habilidades motoras; coordenação motora fina e grossa; equilíbrio; noções espaciais; lateralidade e; desenvolvimento sensório motor. Antes mesmo de a criança conseguir realizar movimentos mais complexos fora da água, dentro dela fica muito mais leve, possibilitando a execução destas tarefas (BARBOSA, 1999).

Futsal

    A prática desportiva do Futsal, sem sombra de dúvida, é a que mais se desenvolve em todo o país. Por todos os cantos do Brasil, em escolas, nas ruas, nos clubes encontramos crianças correndo atrás da bola, o que demonstra a grande aceitação da modalidade (MELO; MELO, 2007). A difusão deste esporte fez com que sua penetração na sociedade fosse então, de grande alcance, podemos observar na prática que o Futsal Praticado pelas crianças principalmente em programas de iniciação esportiva, se iguale muito ao modelo de esporte de competição institucional. O aluno aspira o perfil do campeão e atleta e busca em seu professor, a figura do treinador (VOSER, 1999).

    O trabalho de iniciação para as crianças requer cuidados especiais. A infância é a melhor fase para a aprendizagem motora, porém, tudo o que acontecer com as crianças nesse período vai marcá-las para o resto da vida (VOSER, 1996). A iniciação esportiva do Futsal é um processo de ensino-aprendizagem mediante o qual o indivíduo adquire e desenvolve as técnicas básicas para o desporto.

    Na área da aprendizagem e do desenvolvimento, o Futsal está em uma situação feliz, por poder recorrer a uma oferta rica de formas de jogos e utilização de habilidades. A prática constante de habilidades possibilita ganhos motores significativos levando há desempenhos bem sucedidos para as respectivas faixas etárias e abrindo espaço para o desenvolvimento da tática (VALENTINI; TOIGO, 2006).

    Na prática, devemos propiciar, no ensino do Futsal, uma variedade de experiências motoras, bem como um contato com vários tipos de objetos em diferentes espaços, iniciar o ensino com atividades simples e compatíveis com as possibilidades de realização, elaboração, interesse e prazerosas para seus praticantes, facilitando sua adaptação e incentivando-os e motivando-os o gosto de aprender, participar e aperfeiçoar (VOSER, 1999). O jogo unido com a prática das habilidades motoras fundamentais propicia uma prática efetiva, levando a construção de padrões de movimento mais avançados onde a proficiência motora garante a participação ativa nos jogos e conseqüentemente sofisticações das táticas utilizadas pelos aprendizes na resolução dos problemas motores (VALENTINI; TOIGO, 2006). Silva, Figueiredo, Carvalho & Malina (2008) identificaram em seu trabalho, que o desenvolvimento de habilidades especializadas do basquetebol não foi interferido pela idade, a experiência, o tamanho do corpo e do estágio da puberdade em jogadores adolescentes de 13 anos a 15 anos de idade deixando claro que, a prática do Futsal, sendo observada como educacional, tem uma abrangência bem maior do que somente ganhar e perder.

    O Futsal colabora com o desenvolvimento de aspectos que vão muito além de seus fundamentos como: a conscientização do esquema corporal; equilíbrio; lateralidade; sociabilidade e; coordenação geral, capacidades físicas e motoras desejáveis que caracterizam hábitos saudáveis que podem ser levados para toda vida (MELO; MELO, 2007; VOSER, 1996) .

Basquete

    Cada vez mais em nossa vida fica claro e evidente que o esporte, como um todo, se tornou uma necessidade individual e social, uma influência cada dia mais marcante dentro de todas as atividades do homem. O esporte é um meio de se dar forma a uma fase de preparação para o jogo da vida, um templo de saúde, lazer e educação (ALMEIDA, 1998). Nesta perspectiva, e com a vantagem de poder ser praticado em qualquer lugar (grama, terra, madeira, cimento) com qualquer tempo, o Basquetebol conquistou rapidamente seu espaço, primeiramente entre os norte-americanos e hoje, já se popularizou pelos quatro cantos do mundo, inclusive no Brasil (TEIXEIRA, 1997).

    No caso do Basquetebol, o contexto em que se desenvolve a atividade está determinado por características de uma série de elementos, a saber: a quadra, a bola, os colegas e adversários, a cesta e o próprio regulamento de jogo. Esses elementos formam parte invariável da atividade esportiva, embora as diferentes características de cada um deles fazem parte das diferenças entre os diversos esportes (GONZALES, 2008).

    A prática do Basquetebol ajuda no desenvolvimento motor, social e cognitivo de seus participantes, envolve o trabalho de capacidades motoras, condicionantes e coordenativas. Todos esses aspectos relacionados formam um conjunto de fatores que conduzem a modalidade a ser um esporte complexo e que exige altos níveis de preparação e condicionamento físico para sua prática e que determina as funções e as características técnicas-desportivas do atleta no jogo e dentro da equipe (De ROSE JÚNIOR; TRÍCOLI, 2005).

    Nas crianças, o Basquetebol auxilia também, em características psicomotoras e de coordenação, colabora no desenvolvimento de percepção espaço temporal; coordenação multimembros; coordenação óculo-manual; destreza manual; estabilidade braço-mão e; precisão. No treinamento com crianças, a prática dos fundamentos do Basquetebol é importante, dado que não é possível prever com exatidão as características físicas desses jovens na idade adulta (GONZALES, 2008).

    Na pedagogia do Basquetebol há cinco pontos presentes na educação das crianças que todos devem ter conhecimento para o bom andamento do trabalho com este público. São eles: (1) os movimentos humanos (capacidades físicas e motoras); (2) inteligência múltipla (diversas formas de relacionamento); (3) aspectos psicológicos (motivação, percepções, etc.); (4) princípios filosóficos (valores de comportamento) e; (5) aprendizagem social (laços afetivos). O Basquetebol na infância auxilia no espírito de iniciativa, de equipe e no controle emocional, por tanto utilizado na educação física, por exemplo, desenvolve o movimento e os valores da criança (DAIUTO, 1991).

Vôlei

    Nas últimas décadas, o esporte que mais se popularizou foi, sem sombra de dúvida, o voleibol. Os títulos mundiais, os títulos olímpicos, no circuito mundial de praia e o certificado ISSO 9001 em gestão esportiva mostra a realidade do voleibol brasileiro. Hoje o Brasil é reconhecido como o país mais evoluído do mundo na modalidade. As conquistas internacionais das nossas seleções, o espaço na mídia ocupado por esse esporte, o surgimento dentro dele de novos ídolos e o sucesso em termos de marketing esportivo, transformaram a modalidade no segundo esporte dos brasileiros.

    O voleibol é um dos esportes mais procurados atualmente, seja para lazer, seja para manter a saúde, seja para competir. O ensino do voleibol se dá em aspectos importantes, no desenvolvimento da técnica, as atribuições do esporte envolvem os fundamentos: toque, manchete, saque, ataque e defesa, além de visar às relações, a formação e aos aspectos sociais gerais dos indivíduos bem como à participação e as relações humanas (BOJIKIAN, 1999; SUVOROV; GRISHIN, 1990).

    No campo desenvolvimentista, o voleibol possui objetivos que vão além do simples exercício de gestos e movimentos técnico táticos. Existe sim, todo um envolvimento educacional, um vínculo entre o estudo e a vida, o fortalecimento da livre iniciativa e da autoconfiança, além é claro de auxiliar na formação bio psicosocial do indivíduo a ele exposto. (SUVOROV & GRISHIN, 1990). Aplicação de métodos de ensino no voleibol implica no desenvolvimento de importantes características como sociabilidade, senso crítico, auto controle e semelhantes.

 

Considerações finais

 

    O ensino das habilidades especializadas deve respeitar a seqüência de desenvolvimento das crianças, não devemos transformar o esporte ou a prática de uma simples atividade física numa experiência frustrante e nunca é demais lembrar que a criança não é um adulto pequeno. As ambições da criança quando praticam esporte são jogar, brincar e se divertir, não tendo muitas vezes noções de equipe, coordenação motora e capacidade para interagir com os outros colegas em busca de um objetivo comum, como vencer ou entender uma estratégia. A prática de atividades desportivas com crianças exige a compreensão dos profissionais que as orientam para a compreensão de que começar cedo no esporte não é o mesmo que começar precocemente o treinamento e a competição. Praticar esportes na infância se constitui num pressuposto imprescindível não apenas para o desenvolvimento ideal como também para a criação de condições ótimas para o rendimento de alto nível e mesmo para uma vida ativa e saudável (ARENA; BÖHME, 2000).

 

    Devido às variações desenvolvimentistas enormes no amadurecimento de criança para criança é impossível especificar uma idade para cada esporte, isto vêm com o uso da observação e do bom senso (PÍFFERO, 2007; ZANINI, 2000). É muito importante escolher a atividade apropriada levando em conta a idade, condição física, estágio de desenvolvimento neuropsicomotor e nível de interesse da criança. Porém, antes de introduzir ao ensino técnico dos fundamentos, é necessário trabalhar a técnica geral de condução do esporte, com a finalidade de preparar seus praticantes para um desenvolvimento produtivo de suas habilidades (FIEDLER, 1976). A técnica geral seria a forma progressiva de se ensinar todos os elementos fundamentais para se alcançar o melhor domínio da técnica propriamente dita (KAPLAN, 1975)

 


 

Teorias a respeito do desenvolvimento motor no esporte

Artigo por Colunista Portal - Educação - sexta-feira, 23 de novembro de 2012

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O ganho de habilidades motoras seguindo a sequência de controle
A teoria do Desenvolvimento Neuromaturacional defende os processos biológicos como a principal influência para o desenvolvimento humano. A escala de Bayley (1936, apud PAYNEE; ISAACS 2007, p.14) representa o comportamento motor normativo dos primeiros 3 anos de vida. Nela, a conquista de habilidades motoras ocorrerá de maneira altamente previsível e num intervalo de tempo esperado para cada ação, de acordo com o processo de maturação do SN. 

Paynee; Isaac (2007, p. 7 – 8) estabelecem alguns termos gerais que tratam o desenvolvimento motor: um deles é a respeito do sentido padrão de desenvolvimento, que permite a aquisição do domínio das destrezas, sendo eles: o céfalo-caudal e o próximo-distal (direção desenvolvimental). O ganho de habilidades motoras seguindo a sequência de controle da cabeça, troncos e braços, pernas e pés explicam o padrão de desenvolvimento céfalo-caudal, ou seja, da cabeça em direção aos pés.

O padrão próximo-distal faz relação com os ganhos que acontecem inicialmente próximo ao tronco (central), indo para regiões proximais de MMSS e MMII, progredindo até chegar às mãos e pés (distalmente).

Outros termos relacionados são a diferenciação (“progressão de um movimento imaturo e rudimentar para um movimento preciso”) e a integração (progressão gradual da capacidade de movimentação).

Paynee; Isaacs (2007), afirmam ainda que com o processo de envelhecimento ocorre a regressão da capacidade de movimentação, com inversão destes padrões. Os últimos movimentos adquiridos serão os primeiros a apresentar sinais destas perdas.

A teoria dos Sistemas Dinâmicos:
Ao contrário do que se propõe para a aquisição de habilidades motoras, na teoria embasada no desenvolvimento neuromaturacional, a Teoria dos Sistemas Dinâmicos não acredita em padrões de aquisição de habilidades predeterminados em tempos específicos. Nesta teoria são levadas em conta a mudança e a auto-organização para o desenvolvimento do sistema. Este processo ocorre de maneira contínua e dinâmica. (GONÇALVES, 1995)

Então, não se atrela o desenvolvimento motor exclusivamente ao processo de maturação dos sistemas, além disso, os Sistemas Dinâmicos leva em consideração outros componentes que podem interferir na aquisição de habilidades motoras no decorrer do processo de desenvolvimento. Entre os componentes, podemos citar o peso corporal, a força e resistência muscular, a conformação anatômica articular, as condições musculoesqueléticas para o suporte postural, as condições ambientais, o nível de atenção e motivação, etc.

Cada criança, dentro de suas características pessoais (físicas e psíquicas), vivendo os mais diferenciados estímulos ambientais, responderá às mudanças de maneira única e individualizada buscando através da auto-organização retomar o controle das situações. Por este motivo o processo é contínuo e dinâmico, sujeito a perturbações do equilíbrio, forçando o indivíduo a encontrar uma maneira de transpor uma nova situação. No decorrer do dia-a-dia, a criança vivenciará situações conhecidas e desconhecidas. Em situações conhecidas, lança mão de sua memória para atingir seus objetivos. Em situações desconhecidas se utiliza dos sistemas para criar ou adaptar comportamentos que o possibilitem vencer a nova tarefa.

“O organismo com sua bagagem hereditária, em contato com o meio, perturba-se, desequilibra-se e, para superar esse desequilíbrio e se adaptar, constrói novos esquemas. [...] dessa maneira, as ações da criança sobre o meio: fazer coisas, brincar e resolver problemas podem produzir formas de conhecer e pensar mais complexas, combinando e criando novos esquemas, possibilitando novas formas de fazer, compreender e interpretar o mundo que a cerca” (PIAGET, apud BERSCH, R. MACHADO, R. 2007, p.16)



Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado 
https://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/22015/teorias-a-respeito-do-desenvolvimento-motor#ixzz32xxmgb1s